Por Carla Letícia
A exploração de uma humanidade que não é aquela vista todos os dias é uma das propostas da oitava edição do Circuito das Artes. A exposição de artes visuais iniciada no dia 11 de abril integra seis espaços artísticos de Salvador. Com eixos temáticos diversificados, 50 artistas propõem uma reflexão a partir de obras de pequeno formato, com um repertório que oferece muitas possibilidades.
No núcleo da Galeria Cañizares, espaço da Escola de Belas Artes da UFBA, 13 artistas discutem o imaginário contido em torno do tema “Dúvidas Sobre o Tangível”, promovendo uma discussão acerca da integralidade da matéria e o poder de representação da obra. A curadora Alejandra Munõz, também professora de história das artes na universidade, diz que as situações ali representadas lançam dúvidas sobre a transcendência do que vemos. “Ao mesmo tempo em que se fala de humanidade, distancia-se dela. Percebemos diversas barreiras e possibilidades envolvendo cada obra”, explica.
EM EXPOSIÇÃO
As linguagens utilizadas na exposição englobam instalações, pinturas, desenhos, xilogravuras e infogravuras de vários artistas. Entre os trabalhos fotográficos, encontra-se o da paulista Andreia Fiamenghi, que, com 12 anos de profissão, vê uma oportunidade especial no Circuito. “A exposição está bastante harmônica e temos boas expectativas para esse período”, diz ela. Andreia expôs “Iemanjá”, uma série de três fotografias que captura detalhes de um ritual de contemplação à rainha do mar.
Já as fotos de Raoni Libório integram a série “O Gigante Acordou”, feita durante as manifestações de 2013, em Salvador. “Fiz sem pretensão alguma, fui espontaneamente às ruas para fotografar os movimentos”, conta. Ele trabalha na área de casamentos e criou sua própria empresa voltada para este segmento. Tentando uma nova vertente, ele defende a fotografia autoral: “Tem o poder de gerar uma referência cultural, física e intelectual nas pessoas”.
No dia da estreia, a maior parte da visitação foi de artistas ou estudantes de arte, como Tanile Maria, que também é expositora: “A cada ano o circuito se supera. Estamos só no início do percurso e já estou achando maravilhoso”. Mírian Bello é artista plástica e ressalta a estrutura como aspecto peculiar da exposição na Cañizares. “Os quadros pequenos e com muito espaço livre permitem que possamos nos concentrar em cada material e apreciar melhor o trabalho”.
O CIRCUITO
Os outros espaços da mostra são as galerias ACBEU, Aliança Francesa, Galeria do Goethe Institut – ICBA, Galeria do Instituto Cervantes e o Palacete das Artes. O Circuito das Artes 2015 vai até o dia 10 de maio, obedecendo o horário de funcionamento de cada espaço. As obras estão à venda e as transações comerciais acontecem diretamente entre clientes e artistas.
Que bom que teremos esta exposição. Estava ansiosa para o inicio da exibição.
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