O projeto de extensão que é uma iniciativa dos estudantes de Engenharia da UFBA tem ganhado destaque dentro e fora do meio acadêmico
Apesar da inquestionável importância das ciências e engenharias nas nossas vidas, poucas vezes percebemos de que maneira elas estão presentes no nosso cotidiano. Em 2003, pensando em como torná-las mais perceptíveis e compreensíveis, estudantes de Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Bahia criaram o grupo “Onda Elétrica”.
De forma lúdica e interativa, há 15 anos o projeto de extensão propõe-se a realizar atividades que aproximam a sociedade das atividades acadêmicas e, consequentemente, buscam despertar o interesse pelas ciências exatas, especialmente pela Engenharia.
Coordenado pela professora Ana Isabela Cunha, do Departamento de Engenharia Elétrica (DEE), o Onda Elétrica desenvolve atividades como a Jornada Interativa de Engenharia Elétrica, além das inserções dos projetos do grupo em colégios públicos e particulares. As inserções são ações que levam experimentos do projeto, oficinas e palestras como a “Desmitificando a Engenharia” que mostra a aplicação da engenharia na vida das pessoas, para as escolas.
Já na Jornada, que acontece anualmente, todos os experimentos do grupo ficam expostos por seis dias na Escola Politécnica da UFBA. O objetivo é promover um encontro entre os estudantes, que participaram das inserções nas escolas, e a universidade, para apresentar tudo que é produzido pelo projeto. Nesse evento, também são oferecidas oficinas e palestras, promovidas pelos integrantes, professores e empresas patrocinadoras.
Os membros do grupo de extensão Onda Elétrica são capacitados para atuar na área técnica com instrumentos, ferramentas computacionais, técnicas de projeto e de implementação de circuitos eletrônicos, entre outros recursos da Engenharia Elétrica que ultrapassam os limites da graduação. Também aprendem sobre a área publicitária com diversas competências relacionadas com a produção de material de divulgação, além de exercitarem a didática para transmitir com clareza o conhecimento para o público em geral.
Os projetos do grupo são um retorno da universidade para a comunidade e beneficiam principalmente os estudantes da rede estadual, pois, atividades como essas geralmente não fazem parte da rotina de ensino deles. Com isso, as ações buscam envolver todos os participantes nas atividades, além de dar explicações didáticas sobre cada experimento.
“Nas escolas particulares, os alunos demonstram entendimento sobre o que está acontecendo e levam a atividade como uma revisão do que foi visto em sala. Nas públicas, muitas vezes os alunos ficam impressionados, como se o que a gente estivesse mostrando fosse mágica”, relata Moira Prates, estudante e coordenadora geral do grupo.
Conquistas
O Onda Elétrica criou no ano passado o subgrupo “UFBATS”, especializado em robótica, onde os integrantes desenvolvem robôs Follow Line (seguidor de linha) e sumô, com o objetivo levar suas produções para diversas competições pelo país.
O UFBATS ganhou em 2017 o prêmio de “Equipe Destaque”, no evento RRC (Recôncavo Robot Challenge), desafio de robótica do Recôncavo baiano na UFRB. Neste ano, o subgrupo participou do Inatel robotic National Cup (IRONcup), em Santa Rita do Sapucaí (MG), encontro que reuniu estudantes do Brasil inteiro e mais de 120 robôs para participar de uma competição em 11 categorias diferentes.
A participação na Campus Party Bahia também está confirmada. O grupo foi selecionado para a Campus Future, projeto do evento que dá espaço para divulgação e exposição de projetos desenvolvidos por estudantes universitários que tenham destaque pela utilização de tecnologia, inovação, criatividade e também tenham um impacto social relevante. Os projetos ficarão expostos na área gratuita. Ademais, o Onda Elétrica também tentará participação no Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (Cobenge), a partir da submissão de um artigo.
“O aprendizado no plano técnico-científico e da cidadania, certamente vai fazer dos participantes não apenas profissionais mas também seres humanos melhores e mais preparados para o serviço à comunidade. As empresas de engenharia atualmente valorizam muito a ocorrência de atividades extracurriculares nos currículos dos candidatos a postos, atividades estas que demonstram a riqueza e amplitude do perfil do profissional”, ressalta Ana Isabela Cunha, orientadora do projeto.
Como funciona o Onda Elétrica
O Onda Elétrica é dividido em cinco coordenadorias: geral, financeiro, contatos, marketing e P&D (projetos e desenvolvimentos). Estudantes de todas as engenharias oferecidas pela UFBA e estudantes do Bacharelado Interdisciplinar (BI) em Ciências & Tecnologia podem participar do projeto.
O grupo de extensão faz reuniões semanais para discutir seu planejamento a curto e longo prazo, onde os membros propõem atividades junto à sociedade, baseadas em suas observações sobre a necessidade de popularizar a ciência e a tecnologia.
Todos os participantes são voluntários e se envolvem nos planejamentos, criações e manutenções dos projetos propostos pelo grupo. Os integrantes também são capacitados internamente com minicursos, como o do software Eagle para design de placas, photoshop, entre outros. Esses minicursos eventualmente são oferecidos para o público externo.