A edição de novembro acontece no dia 25 de novembro e discutirá o livro escolhido para o mês de novembro é As Lendas de Dandara, da escritora e cordelista cearense, Jarid Arraes
O Projeto Lendo Mulheres Negras foi idealizado por Paula Gabriela, Adriele Regine e Evelyn Sacramento. Elas são formadas em áreas distintas – moda, cinema e psicologia – e foram movidas pelo gosto por literatura para criar o Projeto. As mestrandas em Estudos Étnicos no CEAO (Centro de Estudos Afro-Orientais) tiveram a ideia do Projeto a partir da necessidade de ocupação do espaço do CEAO – que estava em déficit – e de dar visibilidade à escritoras negras.
O objetivo do Lendo Mulheres Negras é incentivar o consumo e a produção da literatura, escrita e protagonizada, por mulheres negras. As atividades do Projeto se dão por meio de encontros literários mensais – sempre nas últimas sextas-feiras do mês – no CEAO e abertos ao público em geral. As idealizadoras levam um livro escrito por alguma mulher negra e compartilham suas impressões a respeito. O livro do primeiro encontro, que ocorreu no último dia 21, foi Sejamos Todos Feministas, de Chimamanda Ngozi. O livro escolhido para o mês de novembro é As Lendas de Dandara, da escritora e cordelista cearense, Jarid Arraes.
As jovens afirmam que há mulheres negras que produzem, mas que são silenciadas e o Projeto pretende justamente proporcionar esse espaço de divulgação e incentivo para essas mulheres. Elas acreditam que essa divulgação vai incentivar que surjam novas escritoras. Além disso, pretendem expandir o projeto para além da comunidade acadêmica, levando o debate para estudantes de escolas públicas, por exemplo. “Temos uma biblioteca, aqui no Pós-Afro, muito rica em questões voltadas para as matrizes africanas e que as pessoas não conhecem. Então acho que o projeto permite que as pessoas venham para cá e que elas possam conhecer e ocupar esse espaço”, conta Paula Gabriela.
Apesar de se tratar de algo novo, o Lendo Mulheres Negros tem se tornado bastante popular, tem recebido propostas para atuar em outras cidades e a página no facebook já tem mais de 2.000 curtidas. As idealizadoras revelam que não esperavam tamanha repercussão: “A gente não pensou que o projeto fosse tomar essa dimensão. Foi algo que aconteceu de uma forma muito natural”, conta Adriele Regine. As estudantes acreditam que o projeto tomou tal proporção pelo fato de não se ter esse espaço de divulgação e troca literária de pessoas negras para pessoas negras.
Para o futuro, as idealizadoras pensam em expandir cada vez mais o Projeto, levando-o para outras cidades e até criando a versão infantil: o Lendo Mulheres Negras Infantil.